sábado, 5 de novembro de 2011

FANÁTICOS ATLETICANOS (JORNAL EM - 05/11/2011)

Texto retirado do Jornal Estado de Minas.Uma ode a Dom Diego!!!
Penhora a sede, Kalil, mas traz o Tardelli

Publicação: 05/11/2011 04:00

O que poderia ser mais importante do que a volta de Diego Tardelli? A invasão da reitoria da USP pelos esquerdistas lisérgicos? A lenha lançada à fogueira pelo grego doidão, o premiê Papandreou sei-lá-o-quê? O coito não interrompido do Justin Bieber, que agora nos ameaça com a possibilidade de gerar descendentes? Nada disso chega ao joanete da volta de Diego Tardelli – só comparável ao retorno de Jesus Cristo, e olhe lá.

Vejo agora na ESPN o Kalil dizendo que dom Diego não vem: “As chances são zero. O Anzhi está pedindo muito alto, mais ou menos o que pagaram ao Atlético”. Uai, mas não foi outro dia mesmo que nós vendemos o cara? Para com isso, Kalil. O Tardelli não é carro novo, que você tira da concessionária e vale 30% menos no dia seguinte.

Como assim, as chances são zero? Penhora a sede, vende a praça de alimentação do Diamond Mall, o estacionamento, as salas de cinema. Oferece para os russos uma base de lançamento de mísseis na Cidade do Galo, para o caso de voltar a Guerra Fria. Cria um 0800, que o atleticano doa o 13º, as cuecas e até a própria mãe. Telefona para o Ricardo Guimarães, para o Constantino Júnior, para o Rubens Menin – todos atleticanos bilionários, para quem um Tardelli a mais ou um Tardelli a menos não vai fazer diferença no balanço. Sei lá, Kalil, faz qualquer coisa, mas acerta logo esse negócio. Até porque vejo aqui no Twitter que Palmeiras, Flamengo e Corinthians já manifestaram interesse em dom Diego. Se vejo o Tardelli com a camisa de outro time, vou ter de dar uma suicidada.

O Tardelli precisa do Atlético e o Atlético precisa do Tardelli. Não se trata somente de voltar a fazer gols. Um grande clube precisa de um grande ídolo e não apenas do melhor CT do Brasil. Eu não posso mais chutar bola com meu filho pequeno e dizer que ele é o Neto Berola. O Atlético tem de pensar em Diego Tardelli como o Santos pensou no Neymar. Temos de oferecer a ele um projeto que inclua a construção duradoura da sua marca. Temos de oferecer a ele ferramentas de marketing capazes de transformá-lo num ídolo da estatura do Reinaldo. Temos de recebê-lo num Mineirinho lotado, com uma linda festa. Temos de fazer bonecos do Tardelli, vender camisas exclusivas, incluí-lo nos principais eventos da cidade, assessorá-lo com as melhores cabeças.

Dentro de campo, é preciso fazer de tudo para proporcionar a ele o sonho de jogar a Copa de 2014 – o Atlético com Tardelli precisa jogar em função do Tardelli, para que ele faça gols, mas também para que seja o ídolo de que necessitamos. Temos de oferecer a ele um projeto de vida no clube para quando parar de jogar futebol. Como, aliás, temos de fazer com todos os ídolos do passado. É assim que se constroem as novas gerações de torcedores – é assim que a gente vai renovar a mística da camisa branca e preta pendurada no varal etc. etc.

Se o Tardelli for jogar no Corinthians ou no Palmeiras, será apenas mais um bom atacante jogando em um grande clube. Só no Atlético ele tem a chance de se transformar em Reinaldo, Sócrates, Zico, Dinamite, Pelé. Isso não tem preço.

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